quinta-feira, 22 de março de 2012

quando eu for grande :)

vivo a minha vida de forma tão descontrolada, quanto eu própria, chego a achar realmente que o rímel em demasia me faça sentir mais segura de mim ou então talvez seja o meu identificativo, assegurando que a minha experiência profissional é quase tão nula como a dos que me pedem ajuda - quando me deparo com cinco casos práticos com problemas tão assustadores, quanto a anatomia neuronal, entranhados, apenas, neles próprios - poderiam estar sentados perante mim os meus pais, os meus avós ou até mesmo os meus tios, mas não, estão sentados, à minha frente, cinco perfeitos desconhecidos, que vêm em mim a solução para os seus fantasmas e terrores, que me tratam com o mesmo respeito que tratam os meus superiores, são mesmo capazes de me confidenciar a vida deles, muito antes de eu lhe assegurar o sigilo que lhes devo e no fim de mais uma sessão abraçam-me, como se tivéssemos andando no mesmo barco durante uma hora e que dali resultasse uma consolidação tão deslumbrante - "você vai ser grande, doutora, mesmo que os seus olhinhos de mulherzinha, ainda, brilhem a cada desvendar de, mais um, problema" - se isto é ser Psicóloga então é isto que quero ser o resto da minha vida.

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