segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

(in)acabado

em dias como o de hoje, questiono-me frequentemente sobre ti, calculo que não te satisfaças com a minha insatisfação, perante tudo o que de nós não depende, porque as minhas angústias são, sempre, maiores do que me deliciar a comer um gelado, contigo. não te posso ter comigo, se de ti não posso esperar muito mais do que um passeio, ao fim da tarde, e, continuas sem, querer, perceber os meus pré-requisitos porém, contigo, unicamente, não fui, nada, exigente. por isto, irremediavelmente, vejo-me tentada a deixar-te ir, mesmo que me arrebata, estou ciente que a tua partida será vitalícia, mas o amor próprio, que por mim tenho de manter, também deverá ser! julga-me o que tu próprio achares necessário, se as tuas próprias justificações, mesmo que não plausíveis, te parecerem razoáveis, agarra-te a elas, porque de mim não podes esperar outra coisa que não gratidão, sobretudo gratidão; não gosto de finais, nunca sei como os fazer, por isto ...

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

.. já as imagino .. nos MEUS pés!

estou disposta a recebê-las, meus queridos, não se acanhem!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

até amanhã, meu querido

se a minha solidão de ti dependesse, permanecia como estanque, no tempo, enquanto o tempo te percorre, a tua pele está mais flácida e a tua voz mais grossa, vou-me balançando entre os dias amargos, de inverno, e os dias solarengos, de verão, que me penetram janela dentro, como se, afinal, nunca te tivesses ido embora. apodero-me dos domingos, como dos sábados, consumo-os até os deixar de ter, mesmo que um dia deitada no sofá, a ti te pareçam, perdidos, eu afeiçoei-me a eles, eles afeiçoaram-se a mim; consigo repetir-me e multiplicar-me em palavras quando, de ti, preciso e isto soa-me a ridículo, creio que te dividas em respostas quando, de mim, sais, às vezes, faço o mesmo. continuo a escrever, como se te tivesses ido embora, outra vez, na verdade, agora, temo ainda mais a tua partida, porque é enquanto adormeces, na minha cama, que te escrevo e enquanto (te) escrevo, sou feliz.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

a ti, que, vou ter saudades.

"se ficar doente ficas comigo?" lembraste?! enquanto estávamos juntos o tempo parava, estavas para mim como eu para ti, rias-te das minhas expressões e até eras capaz de as ridicularizar, utilizando-as sempre que necessário, principalmente para dares ênfase àquilo que nutrias por mim - "MONTE, percebes?". todas as manhãs, sem excepção, deliciavas-te ao dar-me as boas vindas, a mais um dia que prometia ser nosso, como sempre. eu estava rendida a ti, estava tão feliz, contigo, idealizávamos tudo, com a antecedência suficiente, para ser inesquecível, até um dia a jogar futebol, era um dia feliz e finalizavas sempre com: "as nossas filhas vão ser como a mãe". não te consigo precisar em sentimentos aquilo que em actos farei da melhor maneira, porque, ao contrário de ti, arrisquei demasiado! nos meus dias, nos dias em que te deslumbravas só com uma gargalhada minha, andávamos por esta cidade sem destino ou direcção, tal como a nossa história, narrada por todo um leque de músicas, quando a leres basta pegares numa de, agora, escassas fotografias em que estamos juntos. eu sei que não compreendes todos os pontos finais que ordeno, na nossa relação, nem eu própria o consigo fazer, mas, de forma tão subtil quanto tu próprio, continua a lembrar-te de mim, porque - "eu vou estar sempre contigo, até mesmo quando deixar de estar"

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

"amor": palavra repetida melodiosamente ao ouvido de quem quer que seja, em troca de .. quase nada!

se eu vos pudesse falar de ingenuidade, falar-vos-ia de mim, em tempos. hoje, senhora do meu nariz, acho inexplicável que a subtil relação estabelecida entre duas pessoas seja denominada de ... amor, mas isto e toda esta minha resignação dava pano para mangas, meus caros.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

acontece

quando te encontro, acidentalmente, queixaste do meu andar, desprovido de medo, na calçada, receio que o "tloq-tloq" dos meus saltos te contagiem, como antigamente. enquanto te ignoro, rumo em direcção a casa, cheia de mim, tu, o mesmo adolescente inconsciente de há 4 anos atrás, consegues acompanhar o meu ritmo, com os teus ténis largos, qual skatter habitual, consegues desfazer-te em desculpas, muito antes de eu tas exigir! o frio congela-me a consciência, o teu olhar pálido faz-me recear por ti e dou por mim sentada nas escadas de um jardim, a teu lado, quais meninos desprotegidos de sua mãe, quebras o silêncio com o teu riso singelo: "continuas igual a ti mesma, mas cresceste".