segunda-feira, 9 de abril de 2012

não existe nenhuma maneira de me despedir, melhor do que esta

hoje acordei - permanecia tudo como estanque, os meus caracóis, sempre, desordenados, como se do meu, mau, feitio se tratassem, e as almofadas, na posição que te pareciam favoráveis e tu, a parte essencial, não ... procurei-te durante o tempo suficiente para perceber que te tinhas ido embora, sem aviso prévio, e contigo levaste a tua escova de dentes - o que ditou o nosso começo, foi o maior indicio da nossa separação. não te consigo precisar o que me percorreu o corpo, acho que nada, apoderei-me do tabaco, como se nele me pudesses explicar fosse o que fosse, ou, então apoderei-me dele como se te matasse, da mesma maneira que me mato, quando fumo. percorri a casa, quase à velocidade da luz, em busca de vestígios de ti e encontrei isto, estampado na moldura que me ofereceste: "Lembraste de quando entalaste o dedo na porta do metro e choramingaste até te comprar um chupa, alegando que tinha sido a "dor mais insuportável da tua vida"? A minha partida não vai ser mais dolorosa, garanto-te! Nunca duvides de nada e Amo-te .. do, sempre, teu Feio." - "Hoje", da mesma maneira que comecei este texto, o mesmo texto que achei necessário construir para me despedir de ti, de maneira condigna, com as palavras essenciais: sei que não te consigo perdoar, nem consigo que te justifiques, a tua voz ainda ecoa em mim, como se de mim nunca tivesses saído ou como se de mim alguma vez tivesses pertencido realmente, mas garanto-te que a tua partida não será mais dolorosa, mas será definitiva.

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